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segunda-feira, 23 de março de 2009

Aleijadinho, o arquitecto e escultor da época colonial

António Francisco Lisboa, mais conhecido por Aleijadinho, nasceu em Vila Rica em 1730. Nasceu bastardo e escravo, uma vez que era filho natural do arquitecto português Manoel Francisco Lisboa e de uma de suas escravas. Na sua formação teve provavelmente como mestre, seu pai, arquitecto de grande projecção na época e o pintor e desenhista João Gomes Baptista.
Igreja de S. Francisco em Ouro Preto
Da sua formação como escultor pouco se sabe, mas pensa-se que tenha tido aprendido com Francisco Xavier de Brito e José Coelho Noronha, ambos artistas entalhadores de renome.

Por volta de 1777, quando estava empenhado na execução do projecto arquitectónico e construção da Igreja de S. Francisco de Assis, em Vila Rica, desenvolveu uma doença degenerativa dos membros, que lhe comprometeu os movimentos, ficando mesmo sem os dedos das mãos e dos pés. Para poder trabalhar, um ajudante amarrava-lhe as ferramentas aos membros. Dessa anomalia causada pela doença surge o apelido de aleijadinho.
Em 1796, dedica-se à produção de escultura, obras primas policromadas, dos personagens das sete cenas da Paixão de Cristo e os doze profetas do adro, em pedra sabão, no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais.

Cristo carregando a cruz - Congonhas

Entre 1796 e 1799, realiza 66 estátuas em tamanho natural, em cedro, para a Via Crucis, para seis capelinhas votivas, inspirando-se no conjunto do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal. Realizou ainda alguns conjuntos escultóricos como a prisão de Cristo constituído por 8 figuras e a flagelação e coroação de espinhos. São ainda dignas de referência, Cristo no Horto, e várias outras esculturas religiosas em pedra sabão.

O conjunto monumental de Congonhas representa a obra-prima do artista., mas são também da sua autoria a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de S. José, Matriz de Nossa Senhora do Pilar, o Chafariz do Pissarão e o Palácio dos Governadores.

Apesar de ter granjeado fama e prestígio em vida, sendo considerado o primeiro artesão colonial a ascender à dignidade de artista, Aleijadinho morreu pobre e abandonado. Mas a sua obra permanece como um registo genial da grande festa do ouro, cultura e arte, nas minas da época colonial.

4 comentários:

Debora Martins disse...

Olá! Tudo bem?
Passei aqui para tomar um cafezinho da tarde.
O papo tá ótimo, tanto que acabei virando seguidora.
Abraços,
Débora Martins

Francisco Castro disse...

Olá!

A obra de Aleijadinho é extensa e magnífica. Quem tem a oportunidade de vê-las fica encantado com tanta beleza, depois de tanto tempo ainda continua atraindo a atenção de muitas pessoas que visitam as cidades históricas de Minas Gerais.

Abraços

Francisco Castro

ju rigoni disse...

Obras belíssima, Emília, que revelam, não apenas o talento do artista, mas a sua incrível capacidade de vencer desafios para manter viva a sua arte.

Bjs, querida, e inté!

Meu post desta semana, lá no Fundo, além do poema, tem também um meme para o qual você é uma de minhas indicadas.

Rosemary Q.(Miguxa) disse...

Emília, parabéns pelas publicações!
Adoro as obras do Antônio Francisco Lisboa,gostaria de visitar as cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas do Campo, onde se encontram os seus principais monumentos, para ver tudo bem de pertinho.(rs)
Quem sabe,um dia eu conhecerei?

Um abraço
Rose