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sexta-feira, 3 de abril de 2009

O sangue azul da realeza europeia vai-se diluindo

Nos dias em que os reis não só reinavam, mas também governavam, o palácio dispunha do casamento dos seus filhos para selar uma aliança política ou enriquecer a linhagem. As satisfações mais íntimas resolviam-se com a instituição extra-oficial das amantes oficiais. Agora que as constituições nacionais separaram a política do palácio, permite-se o triunfo do amor sobre o dever. E assim alguns casamentos foram realizados misturando o sangue azul da realeza europeia a sangue plebeu.
O príncipe Raniere III de Mônaco, optou pela realeza de Hollywood ao casar-se com a belíssima atriz Grace Kelly, em 1956. O rei da Noruega Harald esperou nove anos pela permissão de seu pai, o rei Olav, para casar-se com a sua colega de escola, Sonja Haraldsen em 1968
Na Inglaterra, sempre muito consciente da divisão de classes, o príncipe Carlos procurou uma união mais dentro de seu próprio círculo real, quando se casou com Diana Spencer, filha de um conde, descendente de reis. Já a sua irmã Anne casou-se com um plebeu, bem como seus irmãos Andrew e Edward.
O príncipe Willem-Alexander futuro rei da Holanda casou em 2002 com Máxima Zorreguieta, da Argentina - bonita, vivaz, inteligente, a ex-operadora de investimentos internacionais conquistou o coração de seu novo povo ao distanciar-se de seu pai, Jorge Zorreguieta, que integrou o governo argentino durante a guerra suja, quando o regime militar matou e sequestrou milhares de supostos militantes. Ainda que ninguém tenha acusado Zorreguieta de haver participado dos abusos, o governo holandês enviou seu chanceler à Argentina para informá-lo de que não seria bem-vindo às bodas.
O príncipe Haakon herdeiro do trono da Noruega casa com Mette-Marit Tjessem Hoiby As credenciais da futura rainha causaram arrepios a muitos noruegueses: ela foi garçonete, mãe solteira e deu à luz um filho de um homem condenado pela Justiça por porte de drogas.
O príncipe Felipe, herdeiro do trono de Espanha, casa com Letízia, plebeia divorciada, num país católico onde o divórcio foi ilegal até 1981. A mãe da futura rainha, é enfermeira e representante sindical, também divorciada.
Dantes, os jovens da realeza estudavam nos seus palácios, hoje vão à escola junto com os estudantes comuns e viajam por todo o mundo. Por isso não é de surpreender que achem o seu par fora de um círculo estreito. Frederik conheceu o seu amor australiano num bar de Sydney, Felipe encontrou Letizia num jantar. Haakon e Hoiby conheceram-se num concerto de rock ao ar livre.
Mais casamentos reais com plebeus estão na forja .
A princesa Victoria, 31 anos, herdeira do trono da Suécia, tem casamento marcado para o verão de 2010. O noivo é o seu ex-personal trainer, Daniel Westling, de 35 anos.
Victoria e Westling conheceram –se em 2002, quando ele foi contratado para ser seu personal trainer. Na época, a princesa lutava contra um distúrbio alimentar. ''Com Daniel ao meu lado, eu me sinto segura. Vocês provavelmente perceberam que nos últimos anos estou mais forte e mais feliz'', contou a princesa
O rei Gustav e a rainha Silvia - que é filha de uma brasileira e chegou a morar em São Paulo na infância ,tiveram de pedir a aprovação dos ministros do governo para o casamento. Westling é considerado um plebeu. Nasceu e cresceu num vilarejo do interior da Suécia. Hoje, é dono de uma rede que conta com três academias de ginástica, mas, depois do casamento, ganhará o título de príncipe-consorte Daniel, duque de Västergötland. A monarquia sueca não tem poder político, mas os monarcas representam o país.
O príncipe William de Gales filho do príncipe Carlos de Inglaterra, está de namoro com Kate Midletton , plebeia, ex - hospedeira licenciada em História de Arte, filha mais velha do empresário Michael Midletton administrador da Party Pieces, uma prestadora de serviços e produtos para festas infantis via reembolso postal.
E assim o sangue azul das família reais dilui-se cada vez mais com o sangue dos comuns mortais.

1 comentário:

Unknown disse...

Excelente aula, Emilia.
Belo texto!

Abraços